
Por Marcelo Lopes
Ano passado – num desses pequenos momentos inesperados e pitorescos que ficam guardados na lembrança -, logo após sua apresentação pública na Praça Barão do Rio Branco, passei cerca de uma hora conversando com o cantor e compositor mineiro DércioMarques. Solícito (não o conhecia pessoalmente), conversamos como se estivéssemos continuando um papo da semana anterior.

Num momento em que a dinâmica cultural de Vitória da Conquista permite que o trânsito de artistas de perfil regionais se exerça além dos grupos auto-referenciados ou em espaços “intelectualizados”, partilhando com um público cada vez maior o talento de nomes como Dercio Marques no mesmo patamar que qualquer outro espetáculo musical “comercial”, ficamos órfãos da sua presença num bom momento da cultura local.
Na madrugada desta quarta-feira, 27 de junho, Dércio Marques saiu de cena devido a complicações de saúde, falecendo na cidade de Salvador.
Ficou o legado de um artista que marcou seu talento ao lado de outros grandes como Elomar Figueira, Xangai, João do Vale, Paulinho Pedra Azul, Luis Di França e Pereira da Viola. Ficou também a obra de um defensor da natureza, da cultura popular do Brasil e do bioma cerrado de sua infância. Ficou ainda, para mim – mais do que antes – a lembrança boa de um artista tão simples, sofisticado e profundo como as músicas que cantou.
Fica aqui meu abraço.
via e-mail da produtora de Elomar Figueira Melo, Rossane Nascimento:
ELOMAR FALA DA PERDA DO MENESTREL DERCIO MARQUES
“O mundo perdeu o último-grande/Menestrel porque a Europa não tem, Asia, África, Oceania, nem em todo o resto do continente americano, um que se iguale a ele. A não ser que exista sem que saibamos …”
Elomar, 27.06.2012, 11:26h.